sábado, 11 de junho de 2011

solo

O solo não é solo. É junto também. não é sozinho.
É terra, junto. minerais. rochas metamórficas. rochas ígneas e sedimentares.
Sedimenta, o solo sedimenta.
Quando se está junto, a rocha vira metamórfica..com o desejo então, vem a ígnea. Que é a do vulcão. Sabe, a rocha originada da lava do vulcão.
O vulcão explode..nada o segura.
Quando se está junto é metamórfica, ígnea.
A gente vira metamorfose e então lava de vulcão!
Que sai, transborda.

sábado, 4 de junho de 2011

Duo




Desejo o desejo de lhe ter. Seus braços enlaçam meu corpo, juntando dois mundos, dois sonhos. Diferentes formas de pensar, de agir. Diferentes mundos, universos paralelos.
Uma linha que liga, forgo ardente aos olhos de alguém. Nos une ancestralmente, a energia pura e iluminada da vida. Nos conduz numa dança de ida e volta, que nunca foi. Fica, ficou.
Das pedras, polidas nascem flores, eu sei. Polidas, ficam tão belas. Rústicas, nem tanto. Mas polidas, brilham.
Ah, seus braços. A tatuagem. É dela que gosto? Está explicado. Gosto dos penachos caídos dos ombros em meus sonhos. Desce num rio, uma flauta doce ele toca. Olha pra mim, seus olhos brilham. São de índio, da mata, da serra, da terra. Olha pra mim. Não sei qual sentimento sentir. Parece que sou ele. Um pedaço dele. Sou dele. Acessa uma parte de mim, insegura, forte. Toca o tambor do coração, bate dentro, bem no centro. No centro de mim, no meio, dentro.
Isso prende. Mente presa, coração livre. Liberta vai, liberta.
O pássaro quer voar há muito tempo. Sair das ilusões, viver a dimensão real do ar onde plana em seu alto vôo. Quer voar, simplesmente voar. Por isso. Por isso é tão difícil.
Difícil estar presa no seu coração. Ele ainda não sabe que tem asas...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Tenho em mim. Tenho. A dúvida e a certeza.
Duvido de mim, do amor, da verdade, dos encontros.
Duvido do céu. Do riso, dos pássaros, da aurora.
Mas o vento não pára. O sol continua nascendo. O sol me vem. Me esquenta. O riso vem, os pássaros vêm, a aurora aparece.
Então tenho a certeza. De que tudo passa. De que a verdade encontra o seu destino.
De que o amor e os encontros acontecem, se repetem.

Mas onde fico? Onde estou agora? Não sei. Mas sei. Aqui, no meu quarto.
Meu canto, meu pranto. Esconderijo. Ninguém me vê, ninguêm me olha. Ninguém olha. Nunca.
Nem quero. Mas temo. Em querer....

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Marina



o que sou..

O que sou, se não lágrimas. Escorridas dos olhos que não vêem além do horizonte.
O que sou, se não o choro reprimido de uma criança que gosta de chorar.
O que sou, se não o riso da máscara caída, risonha e falsa a se declarar.
O que sou, se não a angústia, querida, abençoada que me faz sonhar.
O que sou, se não os sonhos que só sonho, sem ação, sem se materializar.
O que sou, se não os anseios de mudar o mundo, o meu mundo, egoísta, de ser e estar.
O que sou, se não um pontinho, minúsculo, vitimizado por uma realidade que não existe.
O que sou, se não dores de amores perfeitos, deixados a irem embora, sem ao menos lutar.
O que sou, se não o medo de não ter medo, da culpa, da dor, do desamor.
O que sou, se não a vontade de me maltratar, e depois chorar ao me vitimizar.
O que sou, se não o desejo, o apego de gozar a vida nos detalhes que ninguém desconfia.
O que sou, se não a verdade, de entender a clareza do que sou.
O que sou, se não uma gota, translúcida e perfeita. Salgada e molhada. Suada e folgosa. Doida a se espalhar. Pelos campos, pelos mares, pelos ares do meu ser. Pelos ares de outros seres. Pelos ares de Deus, da mãe, do pai do filho.
O que sou, se não uma palavra, vaga, vazia. Cheia.
O que sou, se não uma estrela, uma luz dentro de mim. Que nasce, renasce. Encontra, perde e se perde.
O que sou, se não um cérebro, ilusório e raivozo. Vingativo e choroso. Inteligente e amoroso. Rancoroso por si mesmo. Um cérebro sentado. Esperando a vida passar. Recebendo a vida passar.
O que sou, se não uma alma. Ansiosa por viver. O agora, o amor. A liberdade, o sabor. A alegria, divindade. Humanidade, raridade. Uma alma, d'álma. Dilma. Alma que nasce. Todos os dias. Bem mais hoje, é seu dia de nascimento. Nasce agora, de verdade. Nasce, alimento.
O que sou, se não Dilma Nascimento.

Só resta...

Pele. Pra que pele?
Só resta coração.
Só resta uma lembrança. Uma recordação.
Pra que pele?
Só resta um coração.
o meu.

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