sábado, 4 de junho de 2011

Duo




Desejo o desejo de lhe ter. Seus braços enlaçam meu corpo, juntando dois mundos, dois sonhos. Diferentes formas de pensar, de agir. Diferentes mundos, universos paralelos.
Uma linha que liga, forgo ardente aos olhos de alguém. Nos une ancestralmente, a energia pura e iluminada da vida. Nos conduz numa dança de ida e volta, que nunca foi. Fica, ficou.
Das pedras, polidas nascem flores, eu sei. Polidas, ficam tão belas. Rústicas, nem tanto. Mas polidas, brilham.
Ah, seus braços. A tatuagem. É dela que gosto? Está explicado. Gosto dos penachos caídos dos ombros em meus sonhos. Desce num rio, uma flauta doce ele toca. Olha pra mim, seus olhos brilham. São de índio, da mata, da serra, da terra. Olha pra mim. Não sei qual sentimento sentir. Parece que sou ele. Um pedaço dele. Sou dele. Acessa uma parte de mim, insegura, forte. Toca o tambor do coração, bate dentro, bem no centro. No centro de mim, no meio, dentro.
Isso prende. Mente presa, coração livre. Liberta vai, liberta.
O pássaro quer voar há muito tempo. Sair das ilusões, viver a dimensão real do ar onde plana em seu alto vôo. Quer voar, simplesmente voar. Por isso. Por isso é tão difícil.
Difícil estar presa no seu coração. Ele ainda não sabe que tem asas...

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